Digo isso, porque recentemente revi uma caixinha em que quando era pequena eu levava as aulas de pintura.
O cheiro das tintas já antigas, da água rás, e logo me veio aquela sensação de nostalgia.
Como o tempo passou, e está passando... e como a gente tem que viver o momento.
Naquele momento me lembrei de como quando somos crianças a inocência, a alegria, as emoções são mais fortes.
De como era bom pintar quadros, telas, tecidos, sem se preocupar com o amanhã. Sem frescura com as laterais, em ultrapassar o espaço, ou quem sabe estragar o desenho.
Não, ali a tela em branco, era tua, somente tua.
E nós coloríamos, ou jogávamos as tintas de qualquer jeito, ou estrategicamente posicionadas, de forma que uma tinta ficasse sobre a outra.
Eu senti falta daquilo, falta de me sentir livre, sem limites, me sentir dona, dona de uma tela que deixaria de ser branca.
Senti falta de um tempo onde as coisas eram mais fáceis, as pessoas pensavam mais, amavam mais.
Onde o mundo podia acabar e eu não ligava, ligava apenas para a minha tela em branco.
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