Aqui não é como os contos de fadas que tem começo, meio e fim. Aqui tem dragões, fadas, elfos, unicórnios, espadas, arcos e flechas. Nada aqui é feito sobre regras, eu sou uma Rebelião pedindo, implorando por liberdade.
Seja bem-vindo(a) ao meu mundo.

domingo, 31 de outubro de 2021

Broken

 

Eu estou tão quebrada, destruída,

Que nem sei se consigo juntar os pedaços. 

Como uma revista rasgada mil vezes, 

Como um copo estilhaçado no chão, 

Como folhas pisoteadas por uma criança, 

Como gotas no vidro do carro. 

Tudo separado num único corpo. 

Estou cansada, 

Machucada. 

Ferida. 

Inconsolada. 

Os dias se passam como uma cena de um filme qualquer. 

Do qual eu sou a figurante tomando um café ao longe. 

Vendo a vida passar. 

Difícil cena, difícil situação. 

Há de se esperar um movimento, um assombro que chacoalhe tudo. 

Cansada, 

Esgotada, 

Ferida, 

Machucada, 

Marcada. 



domingo, 28 de março de 2021

Disseram que eu era como uma ostra.


 Alguém me disse que eu era como uma ostra. 

Ora, a princípio você pode pensar que é porque ela é "casca grossa", 

ou pelo seu odor forte. 

Ou porque ela cutuca quando a toca. 

De fato, a ostra tem todas essas características. 


Mas já reparam como é difícil abrir uma ostra? 

Como precisa do instrumento e do jeito certo? 

As ostras não são como qualquer pedra, rocha, molusco. 

Elas são raras. 

Elas se transformam com um simples grão de areia. 

Ninguém sabe como ele entra, nem como se dá sua transformação. 

Só sabemos que de um mísero grão de areia, 

Aquilo se transforma numa pérola. 

Algo extremamente valioso. 

Brilhante. 

Que todos gostariam de possuir. 

Porque a casca da ostra, é só uma casca. 

O que vale é a pérola que está dentro. 

É ali que está seu valor. 

A casca é enfeite, suporte, 

de um alimento, ou da própria pérola. 

Mas a casca sempre fica em segundo lugar. 

A pérola é quem tem destaque. 

Mas como achar a ostra? 

Não há de achar no raso! Mesmo sabendo que lá encontra-se a maior quantidade de grãos de areia. 

Não. 

Para se achar a ostra, 

precisa mergulhar por águas profundas, 

escuras, 

onde o oxigênio está abaixo do limite, 

onde o grão de areia não sabe como entrou na ostra, 

nem a ostra sabe como ele chegou até ela. 

A ostra fica lá no fundo, 

sofrendo, quieta, 

ninguém a ouve. 

Quando a pegam, estranham de primeira. 

Diferente aspecto, não tão atrativa a primeiro olhar, 

Mas quando vêm a pérola, entendem que não há maior beleza do mar! 

quinta-feira, 11 de março de 2021

A vida imita a arte ou a arte imita a vida?

 Eu prefiro quando a vida imita a arte. 

Talvez a vida possa imitar o sorriso da Mona Lisa. 

Ou talvez os relógios caídos de Salvador Dali, mostrando que o tempo é algo fluído e que escorre de nossas mãos. 

Ou a fase azul de Picasso, para mostrar que temos "fases" em nossas vidas. 

Quem sabe a amargura da pintura de Frida Khalo? 

Ou então a perfeição das obras de Leonardo Da Vinci? 

Ou as artes sacras de Michelângelo? 


Mas porque a vida imitaria a arte? 

Ora, e porque não? 

Na arte temos tantas variáveis, tantas formas, cores. 

Tantas maneiras de nos expressarmos, 

Seja pela música, pela dança, pela pintura. 

A arte é bela, é formosa, é sinuosa. 

A arte é dura, fria, chega até em certas pinturas, ter aspecto de espinhosa, 

Mas todas são belas. 

Quando a arte busca um significado, 

Quanto te faz ficar olhando para ela horas e horas a fio, a perder de vista, 

Quando a arte te faz ter os sentimentos mais ambíguos. 

É amor? Ódio? Tristeza? 

É linearidade ou confusão? 

A vida deve imitar a arte em toda sua plenitude, 

Imitar aquilo que nunca muda, 

A beleza, 

A virtude, 

A Arte. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

O último girassol


Você sempre foi como um girassol. 

Gostava das coisas de cores fortes, gostava do sol, gostava de flores, falava alto, ria alto. 

O girassol, ele procura outro girassol e sempre fica virado na direção do sol para sobreviver. 

Nós éramos o seu sol. 

Nós te dávamos vigor, alegrias, nós te levávamos para ver as coisas boas da vida. 

Mas tinha a escuridão e a sombra. A escuridão era fria e calculista. 

A escuridão te envolvia. 

A escuridão ia te matando pouco a pouco. 

A sombra abria espaço para a escuridão. 

A sombra era suave, a princípio chegava de leve, mas tinha o mesmo efeito da escuridão. 

Você começou a gostar da sombra e esqueceu que você só sobrevive quanto está perto do sol. 

Você começou a murchar. 

Chegamos perto e tentamos te dar a luz do sol. 

Mas você virou as costas e chamou a sombra e a escuridão. 

E a sombra e a escuridão tomaram tanto espaço que o sol não conseguia mais chegar até você. 

Te vimos pela última vez. 

Quando o jardineiro veio, te encontrou quase morta. 

O jardineiro nos correu avisar. 

Saímos desesperados. 

Procuramos você por todo o jardim. 

Te vimos deitada, murcha, sem vida, sem cor. 

Por que girassol? 

Por que você escolheu a sombra e a escuridão? 

Te avisamos, mas você não nos ouviu. 

E agora? O seu jardim ficou sujo, sem as margaridas em volta, com matagal... 

E a sombra e a escuridão? 

Sumiram.


Agora, o sol incessantemente busca fazer você voltar a vida.