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domingo, 28 de março de 2021

Disseram que eu era como uma ostra.


 Alguém me disse que eu era como uma ostra. 

Ora, a princípio você pode pensar que é porque ela é "casca grossa", 

ou pelo seu odor forte. 

Ou porque ela cutuca quando a toca. 

De fato, a ostra tem todas essas características. 


Mas já reparam como é difícil abrir uma ostra? 

Como precisa do instrumento e do jeito certo? 

As ostras não são como qualquer pedra, rocha, molusco. 

Elas são raras. 

Elas se transformam com um simples grão de areia. 

Ninguém sabe como ele entra, nem como se dá sua transformação. 

Só sabemos que de um mísero grão de areia, 

Aquilo se transforma numa pérola. 

Algo extremamente valioso. 

Brilhante. 

Que todos gostariam de possuir. 

Porque a casca da ostra, é só uma casca. 

O que vale é a pérola que está dentro. 

É ali que está seu valor. 

A casca é enfeite, suporte, 

de um alimento, ou da própria pérola. 

Mas a casca sempre fica em segundo lugar. 

A pérola é quem tem destaque. 

Mas como achar a ostra? 

Não há de achar no raso! Mesmo sabendo que lá encontra-se a maior quantidade de grãos de areia. 

Não. 

Para se achar a ostra, 

precisa mergulhar por águas profundas, 

escuras, 

onde o oxigênio está abaixo do limite, 

onde o grão de areia não sabe como entrou na ostra, 

nem a ostra sabe como ele chegou até ela. 

A ostra fica lá no fundo, 

sofrendo, quieta, 

ninguém a ouve. 

Quando a pegam, estranham de primeira. 

Diferente aspecto, não tão atrativa a primeiro olhar, 

Mas quando vêm a pérola, entendem que não há maior beleza do mar! 

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