Aqui não é como os contos de fadas que tem começo, meio e fim. Aqui tem dragões, fadas, elfos, unicórnios, espadas, arcos e flechas. Nada aqui é feito sobre regras, eu sou uma Rebelião pedindo, implorando por liberdade.
Seja bem-vindo(a) ao meu mundo.

domingo, 30 de junho de 2013

Amar





Sei lá,
acho que esqueci como se ama.
Foi tudo tão diferente, tudo tão intenso. Que agora me pego confusa, sem saber o que fazer.
Muito injusto isso.
Acho que me esqueci como é um relacionamento, acho que isso confundiu minha cabeça, embaralhou meus sentimentos, mudou tudo.

É como diz na música do Nando Reis:
" Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz"

"Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir".



domingo, 2 de junho de 2013

O Príncipe sem armadura.





Em um vilarejo antigo, encontrava um pequeno cavaleiro, de nome Philip,  bom, nem dá pra chamá-lo disso. Magro, mirrado, bem alto... Ele andava pelo vilarejo tranquilo, usando calça preta, sandálias medievais e uma camisa branca que era grande demais para o seu corpo. 
O seu desejo era ser um Cavaleiro, iguais aos que usam armaduras, das que reluz até o brilho da Lua. 
Mas ele sempre pensava: "Como poderia eu usar tamanha armadura, se sou magro assim?" Se questionava, enquanto passava pelo seu corpo seus olhos tão críticos. 
Uma certa tarde, o cavaleiro sentou-se a beira de um lago, analisando seu reflexo pela água,  ficou a pensar... Pensar na sua vida, no seu desejo, pensar em todas as escolhas que fez, faria e ainda iria fazer. 
Passando pelo vilarejo, ele começou a analisar todos os comerciantes que residiam ali, buscando saber ou entender algo que nem ele mesmo sabia. 
Nesse vilarejo havia o castelo do rei e da rainha, que já haviam passado gerações e gerações de comando dessas terras, já era a quinta geração. E todo o reinado, a sucessão do trono, era feita cautelosamente. Mas, dessa vez, como haveria sucessão, se a rainha teve uma menina? 
Então, o rei, tão esperto, estava procurando alguém que pudesse substituí-lo no trono, seguir a sucessão, nem que fosse, com o primogênito da princesa. 
Isso seria decidido entre os cavaleiros e guerreiros do reino. 
- "Aquele que tiver coragem, força, garra e determinação... será meu sucessor ao trono!" - Parece que escuto o rei, com aquela barba branca, a coroa meio torta, sendo arrumada pela rainha. 
A rainha claro, com toda sutileza, aparecia em meio ao povo e dava apenas um sorriso, um sorriso do qual era aclamado pelas multidões. Esta, usava um vestido azul, bem longo, sua coroa era cravejada de brilhantes, brilhava mais do que a coroa do rei, o que o deixava com um pouco de inveja. 
- "Precisava sua coroa ser mais bonita que a minha?" - Resmungava o rei. 
- " Sim meu querido, não sou a rainha?" - Retrucava ela, olhando-o e dando um singelo sorriso.
-"É." - O rei, dava sua resposta curta, objetiva e nada agradável. 
É claro que a rainha sabia, que naquela hora que o rei dizia seu grande e gordo "É", ela precisaria tomar alguma atitude. 
A mais plausível, foi pedir ao cozinheiro que fizesse javali para o jantar. 
A princesa, hum, essa dava trabalho! 
Ela se irrita com o Corselet e se cansa dos afazeres reais. Mas se interessa pela caça, pelas lutas. Sim, ela é vaidosa, como toda princesa e sucessora do trono, mas tem seu lado rebelde. 
Falarei pouco sobre ela. Ela era muito bela, desejada por muitos Guerreiros, mas também, os desprezava na mesma proporção. 

Mas, voltando ao cavaleiro, Philip; numa tarde resolveu visitar um amigo, no meio do caminho, através de uma porta, viu três Cavaleiros do reino, conversando e experimentando suas novas armaduras. Ele entrou, como sempre muito calmo e só observou. 
Sentou-se num banco de madeira e ficou olhando... 
- "O que queres aqui?" - Resmungou um dos cavaleiros mal encarados, com barba e bafo de rum, que dava pra sentir de longe .
- "Nada, apenas olho". - Disse Philip. 
- "Deixe-o em paz!!" - Gritou o ferreiro, um senhor mais magro que Philip, baixinho, corcunda,  usando uma blusa velha, descalço e calças até os tornozelos, uma visão bem peculiar. 
-"Quer usar uma armadura dessa pequeno?" - Disse o outro cavaleiro, baixinho, mal encarado, barrigudo, mas que para o rei, ainda tinha algum propósito de permanecer lá. 
- "Quem sabe eu não use, um dia". - Disse em voz baixa Philip. 
- " HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA" - Todos os cavaleiros soltaram uma gargalhada grossa, mal educada e mal encarada para Philip. 
- "Quem pensa que és pequeno? Achas que cabe numa armadura feito essa?" - Indagou um dos cavaleiros. 
- "Pode esta não me servir, mas um dia acharei uma que seja feita para mim" - Retrucou Philip com certa tristeza mas confiante mesmo assim. 
Um dos cavaleiros bateu na armadura de aço e disse: - "Para usar esta armadura, precisa ser corajoso, forte, bonito, elegante e ágil, tem algumas dessas características pequeno?" 
Philip pensou, pensou... e achou sua resposta. 
- "Ok, disse Philip. Posso não ser forte, ágil... mas sou corajoso, bonito, elegante e sou inteligente! Algo que não tem, pelo visto". 
Um dos cavaleiros ficou vermelho de raiva! 
Disse: "Como não sou inteligente?" 
Philip respondeu: "Como poderia ser inteligente, se para vestir a armadura precisa da ajuda do ferreiro?". 
Philip disse isso, vendo a dificuldade com a qual o cavaleiro tentava entender sua vestimenta. 
O cavaleiro bufava e Philip resolveu ir embora. Foi a casa de seu amigo e disse: 
- "Sabe as lutas e disputas que ocorrem no reino?" 
- Sim, disse o amigo. 
- "Pois então, eu farei!" 
O amigo afogou com o pão que comia e disse: 
- "Estás louco Philip? Já viste o tipo de cavaleiro que compete lá? Não terás chance! Será esmagado como uma formiga! Pior, como um carrapato!".
Philip o olhou, criticando a crítica do amigo, terminou seu rum e foi embora. 
No dia seguinte, foi ao reino e falou ao guarda: 
- Por favor, avise seu rei que eu,  Philip do vilarejo Algoz, estarei nas disputas amanhã!". 
O guarda o olhou, o olhou novamente, descrente, mas fez sinal que sim com a cabeça e Philip seguiu seu caminho. 

O dia seguinte chegou, tão esperado, o dia da batalha. 
O amigo de Philip estava batendo em sua janela desesperado. 
- "Philip! Philip! Desista disso seu maluco! Vai pôr sua vida em risco!!" - Ele exclamava com tanta vontade, que até se perdia nas palavras. 
Philip abriu a janela, deu sinal para que seu amigo esperasse, se arrumou e saiu. 
O amigo, sem entender nada, se Philip iria desistir ou não, resolveu ir junto com o amigo. 

No caminho, o amigo o olhou e disse: 
- "Philip, em nome do rei! Onde está sua armadura?" 
Philip olhou para si e disse: - "Não vê que não carrego e não possuo nada?". 
O amigo, desacorçoado, balançava a cabeça, fazendo vários "nãos", tentando entender que loucura ela aquela de Philip. 
O amigo disse: 
- "Deixe então que eu arrume algo para que possa usar de arma, seja um facão, uma espada? Posso conseguir espada com o Joca!"
Philip fez que não com a cabeça e disse:
- "Meu caro amigo, tenho algo que os cavaleiros não tem..." 
E seguiu. 
O amigo o olhou, vendo-o seguir e disse: 
- "SERIA A FALTA DE JUÍZO??"
Mas acredite, nada impediria Philip de seguir sua jornada. 

Chegando no local, a praça de torneio estava lotada! Pessoas de todos os vilarejos locais e os mais afastados resolveram vir. Philip então se apresentou e o guarda o reconheceu. 
Aquele mesmo moço magro, mirrado, da calça comprida, sandálias medievais e camisa tão larga que caberia dois dele. 
E para sua surpresa, quem era seu oponente? Nada mais, nada menos, do que o mesmo cavaleiro que estava vestindo a armadura no ferreiro, o mesmo que riu da cara de Philip. 
Quando o cavaleiro o viu, abriu aquele sorriso malicioso já imaginando que seria morte súbita. 
Mas antes, há as apresentações.  
O rei, sua soberania máxima, olhou e disse: 
- "Menino, porque está sem armadura?" 
Philip olhou e disse: - "rei, todo poderoso, perdoe-me se estiver em trajes inadequados, mas não possuo armadura alguma." 
O rei intrigado pergunta: 
- "E se for morto meu caro jovem?" 
Philip respondeu: 
- "Morrerei com orgulho de ter lutado honestamente Senhor." 
O rei, espantado com a resposta, contentou-se e sentou-se no trono. 
A rainha olhou para a princesa e disse:
- "Vá até lá. Olhe-os." 

A princesa, desceu, chegou próximo a Philip, mas foi ao lado do grande e robusto cavaleiro de armadura. 
Ele disse prontamente: 
- "Princesa! Viu como minha armadura reluz?" 
Ela olhou, chegou bem próximo e disse: 
- "Realmente, reluz e posso até ver o reflexo de meus olhos". 
Philip cabisbaixo, sem entender; suspirou fundo e permaneceu em posição. 

O cavaleiro, achava que fora a luta, havia ganhado a confiança da princesa. Até o sorriso dele havia mudado. 
A princesa então chegou e parou em frente a Philip. 
Ela perguntou: 
- "Porque não me olha nos olhos?" 
Ele respondeu: - "Poderia eu, nesses trajes, olhar nos olhos de vossa alteza?" 
- "Se não me olhares em vida, olharia em morte?" - Retrucou a princesa com um leve sorriso. 
- "Olhar-te-ei então". Disse Philip. 

A princesa o rodeou, rodeou, rodeou e disse: 
- "Não precisou e nem precisará de armadura!"
O rei muito assustado, ameaçou levantar do trono, mas a rainha o segurou. 
O povo ficou apavorado. 
Ouviam-se comentários ao fundo: 
- "Como pode? Ela é louca?" 
- "Só uma princesa jovem para pensar isso!"
- "Este jovem vai morrer!!"

A princesa chegou perto dele e disse: 
- "Realmente, tu Cavaleiro, não precisa de armadura, armadura que reluz apenas os outros ou o que está por fora. Porque o teu amigo, se for visto na noite, é morto! Olhe como a armadura dele brilha? Será presa fácil aos inimigos." 

- "Cavaleiro Philip, tua armadura, está nos teus olhos.  Ali, eu pude ver o quanto reluz tua beleza."  

O rei e a rainha ficaram surpresos com a frase da princesa. Mas, o que Philip não sabia era, que quem a princesa escolhesse, iria ser o sucessor no trono do rei. 

Philip, o magro, mirrado, o cavaleiro, se tornou o Príncipe sem armadura.