Tem a rocha que a água bate e vai quebrando dia após dia.
A rocha que fica amontoada e perdida no meio das outras rochas.
A rocha que fica sozinha.
A rocha ao lado de grandes precipícios e montanhas majestosas.
E tem a rocha que floresce.
A rocha que floresce precisa ser rocha pelo duro solo em que vive.
A rocha que floresce tem rachaduras pelo impacto que sofre no dia a dia.
A rocha que floresce tem uma delicadeza que as outras não têm.
A rocha que floresce, floresce flor.
E sempre são flores delicadas,
Das mais variadas.
Flores perfumadas, belas que não passam por você desapercebido.
Mas como elas nascem?
Nascem em meio a estas rochas, que talvez nem sejam rochas, mas seriam apenas areia, uma areia que estaria tão comprimida, a ponto de virar rocha.
Quem olha para a rocha a julga rústica, grosseira, pontiaguda, áspera.
Mas se olhar atentamente para dentro das rachaduras irá encontrar flores frágeis, sensíveis.
Estas rochas são as mais preciosas, pois dentro delas habita um tesouro, um tesouro que floresce.