" A caneta é mais poderosa que a espada".
Não, a frase não é minha, mas deveria ser,
ou não sou eu que escrevo, curo e rasgo teu peito?
Não sou eu que forço as letras no papel
como uma espada afunda seu metal em sua carne?
Uma espada não faz tantos estragos como uma caneta.
A espada o faz, deixando rastros,
rastros de sangue.
Já a caneta,
se o fogo consumir o papel,
se a água o destruir,
se o papel for rabiscado,
não haverá vestígio do estrago.
Por uma assinatura milhares de homens foram mortos,
a espada? Sim, porque não?
Mas antes, precisou que a caneta desse a cartada final,
a sentença de morte,
a assinatura da morte,
o ensejo final.
A espada, é pesada, para carregá-la precisa de muita força,
tem a bainha, própria para ela,
já a caneta, de fácil locomoção,
destrói até o mais amargurado coração.
O encontro da espada e da caneta,
seria um desastre!
A caneta dando sua sentença de morte
e a espada, finalizando os algozes.
Quem que seria mais poderoso?
Aquele que desbrava corpos, florestas, guerras com a espada...
Ou aquele que, sem muito esforço, pode destruir não só o corpo, mas a mente, o coração e a alma?
Quão destrutível é a escrita!
Tão rancorosa a ponto de fazer o leitor capaz dos mais atos cruéis,
assim como, capaz de fazer o leitor cometer os mais bravos atos!
Quão destrutível é a espada!
Arranca-lhe o peito! Corta-lhe os espinhos da floresta!
Mas também defende-te dos malfeitores.
Que dúvida cruel!
A caneta ou a espada?
Nem uma, nem a outra.
Pois mais perigoso, ou seguro,
é aquele que manuseia ambas as armas.